O "dever social" da mulher como ferramenta de sobrevivência, um cárcere invisível.

Historicamente, a mulher teve que desempenhar papéis específicos: casar, procriar, cuidar, como forma de sobrevivência literal e simbólica. Não era apenas uma questão de escolha: era existir ou ser excluída, viver ou ser invisibilizada. Esse condicionamento ancestral sedimentou-se no inconsciente coletivo, tornando-se um arquétipo: a mãe, a esposa, a cuidadora, a guardadora do lar. Mesmo que o mundo tenha mudado, os arquétipos não desaparecem, eles se atualizam, silenciosamente. Na psicologia analítica, o inconsciente coletivo é um substrato psíquico comum a toda a humanidade, composto por arquétipos, formas universais que moldam nossas vivências. A mulher carrega dentro de si os arquétipos ancestrais que foram moldados por milênios de repetição: ser aceita, protegida, valorizada, apenas se cumprir seu papel funcional dentro da estrutura patriarcal. Assim, o desejo de casar, de ter filhos (sobretudo homens, historicamente mais valorizados), muitas vezes não vem de um desejo pess...