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Mostrando postagens de maio, 2025

O Álcool como Refúgio: A Fuga pelas Sombras da Consciência

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O consumo excessivo de álcool, para além de um hábito social, muitas vezes esconde uma função psíquica profunda: a fuga.  Não se trata apenas do prazer imediato ou da desinibição, mas de uma tentativa desesperada de escapar de dores internas, conflitos não resolvidos e traumas que ecoam desde a infância.  A bebida, nesse contexto, transforma-se em um anestésico emocional, capaz de silenciar vozes internas que gritam por reconhecimento e cuidado. Na perspectiva da psicologia profunda, especialmente em Jung, o álcool pode representar uma forma de contato com a sombra — aquela parte inconsciente de nós mesmos que contém tudo aquilo que reprimimos, negamos ou tememos.  Quem se alcooliza frequentemente pode estar, sem saber, tentando abafar essa sombra ou, paradoxalmente, aproximar-se dela de maneira desordenada.  O efeito desinibidor do álcool pode liberar impulsos reprimidos, revelando traços de raiva, tristeza ou fragilidade que foram sufocados ao longo da vida. Muitos...

A Mente só Reconhece Aquilo que ela Conhece

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Muitas vezes nos perguntamos por que algumas pessoas parecem incapazes de reconhecer o amor, o respeito, a alegria ou a empatia. A resposta está na raiz silenciosa das experiências humanas: a mente só reconhece aquilo que ela conhece. Se alguém nunca foi amado de verdade, como poderia confiar no amor que recebe? Se nunca experimentou respeito, como poderia identificar um gesto genuíno de consideração?  Se a vida lhe negou a alegria, como poderia acreditar que momentos felizes são possíveis e merecidos? A mente humana aprende por familiaridade. Aquilo que nunca foi vivido ou sentido se torna estranho, quase ameaçador. Não é frieza, nem indiferença. Muitas vezes é apenas a incapacidade de reconhecer o que nunca foi vivido. Como esperar que alguém acredite na bondade se tudo o que conheceu foi dureza? Como pedir que tenha empatia quem só recebeu rejeição? Por isso, mais do que exigir dos outros aquilo que queremos ver, é preciso oferecer paciência, compaixão e constância. Plantar seme...