Rostos que Vestimos, Vidas que Ocultamos

Desde os primeiros passos no mundo, somos apresentados a um teatro invisível. Há regras, expectativas e normas silenciosas que nos dizem como devemos nos portar, o que devemos sentir, e até quem devemos ser. Nesse palco social, aprendemos a vestir máscaras, expressões moldadas pelo olhar do outro, calibradas para aceitação e sobrevivência. A máscara é, por vezes, escudo; noutras, um convite, mas sempre carrega em si uma tensão: o quanto dela sou eu, e o quanto dela é o que esperam de mim? Esse impulso de pertencimento é profundamente humano. Desde os grupos tribais até os algoritmos das redes sociais, o ser humano busca o espelho da aceitação nos olhos dos outros. Queremos caber. Ser amados, reconhecidos, acolhidos, e para isso, muitas vezes aprendemos a esconder. Cortamos arestas, silenciamos inquietudes, adaptamos opiniões, enterramos desconfortos. A máscara se ajusta tão bem ao rosto que começa a parecer pele. Mas, no fundo, há um ruído. Uma fricção entre o que most...